terça-feira, 12 de outubro de 2010

Maybe someday...

Vida humana como uma caixinha de surpresas que quando se abre tanto pode trazer mágicos sorrisos como amargas lágrimas, como um jogo de perdedores ou vencedores em que jogar é o segredo e desistir é batota ou ainda como um teatro com tempo incerto em que no palco dos nossos dias se mostra o que valemos antes que o pano caia.
E é quando a caixinha das surpresas se mostrou negra e se perdeu algo no jogo da vida, que a força interior do ser humano deve ser mais forte que a desistência e enfrentar o palco do futuro enquanto a peça ainda é nossa e o pano não se fecha.
No decurso da vida traçam-se objectivos e sonhos, a vontade de os realizar e alcançar é mais que muita e além de ideias é preciso pô-los em prática porque sonhá-los não basta…
Tudo muito bonito e um mundo maravilha, até ao dia em que a vida nos faz sentir que o céu desaba nas nossas cabeças e o chão nos foge em cada passo que queremos dar… Um misto de desorientação, angústia e desespero apodera-se de nós e deixa-nos as escuras com a certeza de que tudo está perdido…
Perguntamo-nos, eu perguntei-me, muitas vezes o que fazer e se realmente é ali o cruzamento que nos vai fazer optar pela desistência fazendo de nós uns cobardes, ou se vamos optar por viver de forma adaptativa ao que a vida nos proporciona e fazendo com que ela se adapte a nós e as nossas necessidades.
De certa forma, pode-se afirmar que quem sempre teve tudo muito fácil não sabe o que é lutar pelas coisas e muitas vezes limita-se a cruzar os braços porque sabe que mais tarde ou mais cedo tudo lhe vem parar as mãos… Ou não, até ao dia… Por outro lado, quem tem barreiras diárias sabe que só lutando e tendo garra para enfrentar o mundo vai conseguir chegar a algum lado.
A questão agora, é qual destas duas perspectivas sabe realmente o que é viver e o que custa a vida, qual delas pode viver em harmonia consigo mesma por sentir que tudo o que vai conquistando é com esforço e vontade e qual delas já ganhou armadura e habituação para quando os muros forem altos de saltar sem cair.
Tal como toda a gente, também tenho incertezas na vida… Mas tenho a certeza de que a vida é para ser aproveitada e vivida ao máximo extremo… Os últimos seis anos, mas principalmente o último, mostraram-me que cada minuto deve ser vivido intensamente, cada momento aproveitado na hora, que o medo só serve para nos atormentar, que a aventura nos faz bem, que a liberdade se consegue basta deixar acontecer, que o respeito mútuo tem que ser alcançado, que a transparência e sinceridade nos dão orgulho como pessoas e o melhor que tudo são todos aqueles que gostam de nós independentemente dos nossos defeitos ou qualidades.
Foram todo este tipo de sensações que fizeram das minhas últimas férias de verão o ponto máximo da minha liberdade e aquela gostosa sensação de que aproveitei cada dia sem me arrepender de nada do que fiz…
E também não me arrependo de nada do que passei contigo no último mês… Entreguei-me completamente a aventura de te conhecer, a intensidade de cada minuto, a magia de cada palavra, a sedução da tua voz e a vontade de não travar qualquer tipo de momento…
Tu foste a minha última caixinha de surpresas, o meu último jogo que joguei sem fazer batota e a minha última peça de teatro que encenei enquanto o pano não caiu…
Maybe someday…

Sem comentários:

Enviar um comentário