terça-feira, 23 de novembro de 2010

O valor que damos a vida, é o valor que a vida nos dá a nós...

Mais um dia de muitos que fazem parte de mais um ano já bem mais longe do fim… Um dia de rotina tão igual a tantos outros de vida académica…
Entrei no meu espaço protegido, fechei a porta, o mundo ficou lá fora e respirei paz… Aqui sou eu, a minha música, os meus desatinos e todos os pensamentos que só estas quatro paredes absorvem.
De certo que hoje as horas são de melancolia já não sentida há algum tempo… Talvez a justificação esteja num passado novamente remexido ou num último domingo passado num lugar agora calmo e tranquilo onde o único manifesto ouvido é a água a correr…
Passado, passado, passado, morto e enterrado… Ou não!! Quanto mais se quer viver o presente e sonhar com o futuro mais o que ficou para trás se tenta infiltrar novamente numa alegria reconquistada e numa vida agora refeita… Recordações trazidas a pressão e momentos mágicos que não passam agora de truques falhados… Se é passado, significa claramente que já passou e se o amanhã levar tudo o que já passou ficam só os sorrisos de que me lembro e tentam-se esquecer as feridas tatuadas…
Pergunto-me e volto-me a perguntar o porquê de se acordar o que já não existe nem se sente mais… Sim, na verdade já não sinto mais nada para dizer porque o sopro do vento mudou e levou-me para outra direcção que já não aquele lugar onde tudo começou e onde tudo terminou.
Numa mudança repentina para o meu presente, chamo a mim o último domingo onde regressei aquele magnífico quadro agora calmo e sereno… As águas calmas de verão dão agora lugar a sua fúria onde o barulhento correr trazem o colorido de uma imensidão de pessoas e um misto de sensações vividas durante três meses… Sim é verdade, é verdade que este verão dei muito do que realmente sou enchendo a minha vida de excelentes momentos passados com família e amigos fantásticos… Afirmo sem dúvida que já há muito não me sentia tão livre, tão despida de mágoas e tristezas e com tanta vontade de viver e aproveitar cada minuto proporcionado pelos meus dias.
A vida é mesmo assim e não mudará, feita de altos e baixos, caminhos direitos e cruzamentos perigosos, sorrisos gargalhados e lágrimas amargas, momentos que se querem repetir a força toda e outros que se deseja nunca terem acontecido…
Mas a vida vivida, é aquela que por mais impossível que nos pareça de se viver sabe dar a volta e se torna fácil e adaptada, é aquela que é aproveitada a cada segundo sem se deixar para amanhã, é a que nos faz ter garra quando nos limitam, a que nos põe a prova e nos dá gozo conquistar por mérito próprio… A vida vivida, é dar valor a quem nos ama realmente sem reservas, é pensar em nós e nos outros, é não ter medo nem vergonha de palavras ou gestos vindos bem de dentro, é darmos a mão quando nos pedem ajuda, é perceber que o que nos é próximo precisa de nós apenas através de sinais, é sermos felizes com o que temos e o principal é termos orgulho em algo ou alguém que aconteça o que acontecer está sempre lá como eu tenho dos meus dois grandes heróis, meu pai e minha mãe…
Certo é, que amanhã outro dia irá nascer e provavelmente toda esta melancolia será mais suave quase a deixar de existir… Por norma é assim, o que ontem e durante tempos nos abatia, hoje transforma-se em algo que nos fez crescer e que fortalece a nossa armadura para o que vier…
Como complemento de tudo isto, só mesmo o aconchego de peças fundamentais nos momentos em que se parece perder a fé, amigos que depois das lágrimas nos fazem acordar e sentir o coração levantar novamente, que nos entendem, nos orientam e que são capazes de se transcender para nos arrancarem o mais simples sorriso…
O valor que damos a vida, é o valor que a vida nos dá a nós…